Eu não aguentava mais. Calmantes, amigas; já tinha tentado de tudo e nada foi capaz de me tirar daquele mar de lágrimas onde me encontrava. Eu estava encolhida na minha cama chorando, com as nossas fotos me cercando, me sufocando. O celular tocava desesperadamente mas eu não atendia, porque não queria falar, eu não queria existir. Minha mente cansada e confusa era incapaz de pensar no óbvio; que a culpa era nossa. Não entendia o porque de tanto sofrimento, eu estava me deixando dominar por aquela dor que na verdade não existia, ou não deveria existir. Eu tinha chegado no auge do meu controle, então sai. Eu fui correndo para onde eu sabia que ia o encontrar. Naquele pedaço de nada que guardava consigo os nossos momentos mais felizes. E lá estava ele, chorando. Eu corri e o abracei com toda a força que eu podia. Estava segura novamente, eu estava envolta por seus braços. Ele assim como eu estava desesperado, mas nós ficamos ali por alguns instantes parados enquanto voltávamos para nós mesmos. A adrenalina estava deixando o meu corpo e abrindo espaço para o pouco de sanidade que ainda me restava. E naquele instante eu tive certeza do que queria pra minha vida; Eu queria ele, eu queria o nosso amor. O nosso amor sem desconcertos como ele era, eu queria nós dois em plena sintonia. E se o mundo acabasse ali, eu estaria feliz, porque naquele abraço eu senti que ele desejava o mesmo.