quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Com todos aqueles problemas eu prefiri apenas fechar os olhos; foi a melhor maneira que encontrei de tentar escutar meu coração, agora quebrado, sangrando.
Era como se nada fosse capaz de chegar perto de mim. Não ouvia nenhuma voz, não sentia a presença de ninguém, e até meus pensamentos estavam singulares.
Fiquei assim por um bom tempo. Comecei a sentir um vazio dentro de mim e foi então que percebi. Eu não ia escutar meu coração... porque ele simplesmente desistiu de mim.
Minha proteção contra o mundo real tinha se desfez. Alguém encostou no meu braço e eu automaticamente abri os olhos. Ele olhou pra mim, mas não em meus olhos e perguntou:
- Você está passando mal?
- Não, só estou com sono. - menti. Se eu contasse tudo que estou passando, ele passaria a ter medo de mim. Então menti. Porque foi e sempre será assim, as pessoas me vêem sorrindo mas nunca reparam no meu olhar triste e cansado que carrega todas essas cicatrizes.
Ninguém nunca vai entender o que se passa na minha mente, nem eu.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


Jogada nesse mar de ilusões, com milhões de hipóteses rodando na minha cabeça. Minha imaginação me leva para lugares e situações que na verdade não existem nem nos meus sonhos e nem nos teus piores pesadelos. Se você pensa em mim nem sei, mas minha mente é toda sua. E fico pensando em como você me vê, pensando se você queria realmente conversar comigo naquela tarde... pensando bobeiras. Sou só mais uma apaixonada, só mais uma palhaça.


Dedico esse texto para minha melhor amiga que está passando por uma fase um tanto complicada. (;

domingo, 17 de outubro de 2010

Finalmente adeus.


Sempre tropeçando com as palavras, me perdendo nas emoções, trocando a minha vida pela sua. Perdi os meus motivos, as minhas razões de viver. Como eu fui deixar isso acontecer? Desde quando o meu mundo passou a girar em torno de você?
Só sei que a partir de agora isso vai mudar; porque eu lembrei de mim, lembrei que aqui nesse corpo que só tem te glorificado ainda existe um coração. Ainda existem opiniões e ideais... só não existe liberdade. Mas agora existirá; porque é hora de finalmente dar adeus a paixão. Vá viajante infeliz, e encontre outro alguém para manipular.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Incertezas de Maria


Ela que vive cercada de pontos de interrogação, ela que não tem maldade, ela que busca respostas, ela que vive pensando sobre felicidade; assim é Maria. Todo dia a mesma coisa, acorda e olha pela janela... com o pensamento longe observa as flores desabrocharem, os pássaros voando, as pessoas vivendo. Dominada pelas dúvidas e pelo medo ela nunca se arrisca. Quer entender tudo, curiosa e insistente. Mas essa é só uma das muitas fases da vida de Maria. E eu vejo Maria em muitos olhares... Porque Maria é menina, Maria é mulher, Maria é incerteza. E eu vejo com clareza que Maria em algum momento de sua vida vai errar, vai cair, Maria vai amar.

sábado, 2 de outubro de 2010

Ilusão

Era uma tediosa sexta-feira e eu estava mais uma vez naquele bar me afogando nas minhas desilusões misturadas com bebidas. O salão estava cheio, e eu em uma mesa no canto parado onde a música não passava de uns ruídos. De repente sinto que alguém estava me observando; olhei ao redor e nada. Aquela sensação tomando conta de mim até que eu percebi que realmente tinha alguém me olhando. Em uma mesa próxima da minha estava um grupo de amigos e um homem alto em pé; era este que me observava. Ele tinha um jeito despojado e descontraído que me despertou um certo interesse, confesso. Estava alternando o olhar entre os amigos dele e eu, de vez em quando nossos olhares se encontravam. E então ele abaixou e sussurrou algo no ouvido de um dos rapazes da mesa e veio em minha direção. Milhares de possibilidades estavam passando na minha cabeça... ele se apoiou na mesa e disse:
- Oi, você está sozinha?
- É, estou.
- Então eu vou pegar uma dessas cadeiras ok? - eu estava tão surpresa que não reagi.
Ele continuou: - Valeu! - então ele levou a cadeira e se juntou aos amigos. Eu continuava surpresa; mas não pelo o que ele fez, mas por tudo o que eu fantasiei. Pedi mais uma dose e continuei ali na minha mesa vazia, agora com uma cadeira a menos e uma desilusão a mais.